A letra da música “Felicidade”, de Lupicínio Rodrigues, diz em um de seus versos: “O pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar!”. Acho que esse verso exprime, de uma forma simples, o que é nosso pensamento e como nós, tão inocentemente, relegamos a segundo plano sua importância.
O filósofo e matemático francês, René Descartes, escreveu: “Cogito, ergo sum” (traduzida para a Língua Portuguesa como: “penso, logo existo”; embora seja mais correto traduzi-la como “penso, portanto, sou”). Somos aquilo que pensamos. Mais que nossas ações, nossos pensamentos nos definem, pois eles não só norteiam nossas atitudes, como também têm consequências nas pessoas à nossa volta. Influenciamos e somos influenciados por tudo que nos cerca. Nossa relação com esse e outros mundos se dá por intermédio de nossos pensamentos “…. a gente voa quando começa a pensar”.
Para entender o poder do pensamento é indispensável entender um importante conceito da física, que é o de Energia. Apesar de ser usada em vários contextos diferentes, o uso científico da palavra energia tem um significado bem definido e preciso: potencial inato para executar trabalho, movimento, mudança ou transformação de estado e/ou realizar uma ação. A ciência moderna também já comprovou que matéria é energia em estado denso e em equilíbrio.
O calor do fogo que aquece a água e a faz evaporar ou derreter o minério para produzir o aço, a luz solar ou a força dos ventos e das águas que produzem eletricidade, a energia gravitacional dos astros e planetas no universo que os mantém em suas órbitas, dada a influência que exercem uns sobre os outros. Tudo resultado da ação das mais diversas formas de energia.
Nosso cérebro é uma usina eletroquímica. Todas as nossas ações, voluntárias ou não, pressupõem uma atividade eletroquímica em nosso cérebro, que libera energia que pode ser observada pelos exames de eletroencefalograma ou de ressonância magnética. Importante destacar que o cérebro é para nós, seres de carne e osso, o equipamento fisiológico que utilizamos para dar “forma” ao nosso pensamento. Nossa mente produz nossos pensamentos, mas é o cérebro que os processa e produz os seus efeitos fisiológicos.
Voltando ao pensamento, importante entender que ele é um dos atributos do Espírito e as suas consequências em nossa fisiologia cerebral são atributos da matéria. Porém, nossos pensamentos geram ações fisiológicas em nossos cérebros, que produzem energia e que esta produz “trabalho, movimento, mudança…”. Consequentemente quando pensamos estamos modificando algo, em nós ou em outros. Se temos bons pensamentos e produzimos boas energias, temos bons padrões vibratórios e as consequências para nós e para aqueles que recebem essas vibrações também serão boas. Afinamos nossas boas vibrações com as boas vibrações energéticas. É um círculo virtuoso. Já, se nossos pensamentos são menos nobres, nossas vibrações são inferiores e nos afinamos com as faixas mais baixas de energia. Somos como um velho rádio, a música somente será boa se sintonizarmos em uma boa estação.
As consequências mais visíveis de nossos pensamentos são as inúmeras doenças que acometem a humanidade, muitas com reflexo físico, mas outras tantas com reflexo na psique. Quando pensamos mal, nosso cérebro desencadeia uma série de reações neuroquímicas que podem envenenar, diretamente, nosso corpo físico. Haverá, evidentemente, consequências para nosso perispírito e para nosso espírito, mas a parte mais visível dessas consequências será em nosso corpo físico. Já os bons pensamentos são como o bom alimento, nos dão prazer, nos enchem de vitalidade e têm reflexos virtuosos no nosso corpo físico e espiritual
As primeiras vítimas de nossos pensamentos somos nós mesmos. Assim, quando dirigimos um mau pensamento a alguém, somos os primeiros atingidos por suas consequências energéticas. Não se pode jogar lama nos outros sem antes sujar as próprias mãos. Somos também seus maiores beneficiários, bons pensamentos geram boas energias que atraem boas coisas.
Portanto, para que boas energias circulem, uma das máximas do mestre maior, Jesus, é “Orai e Vigiai”. A oração é uma forma de cultivar bons pensamentos e de se conectar com camadas mais sutis e elevadas de energia. Já a vigília, consiste na observação do tipo de pensamento que cultivamos. A obsessão, raiva, mágoa, rancor, ódio, revolta, vingança … são formas de pensamentos que não agregarão nada à nossa saúde física e mental. Já amor, perdão, tolerância, compreensão, empatia, caridade, são pensamentos que farão, primeiramente, bem ao autor e aos que estão em seu redor.
“O pensamento parece uma coisa à toa”, mas não é!
Somos o que pensamos.
LÁZARO ZANI SOBRINHO
Nascido em Itu, mas apaixonado por Atibaia, onde moro há 48 anos.
55 anos, dois filhos (25 e 30 anos).
Engenheiro Civil, com especialização em Transportes (USF). Pós-graduado em Gestão de Projetos e em Administração. Católico por formação e Espírita por convicção. Apaixonado por livros, todos os gêneros, ultimamente Filosofia ocupando meu tempo.