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SISTEMA FLORAL DE BACH: IMAGENS, PALAVRAS, SIGNIFICADOS.

VIRTUDE – FÁTIMA STUANI

Estou aqui, há algum tempo, pensando como vou definir a palavra virtude. Posso ser objetiva e apenas buscar a etimologia da palavra ou passear por todos os grandes filósofos e discorrer sobre o que esses pensadores definiram como virtude. Então, como escrever de forma ímpar aquilo que muitos já esmiuçaram? 

Quando se pensa em virtude temos que cogitar seu cunho religioso, moral, social e intelectual. Não é fácil falar sobre a essência humana, considerando-se que as virtudes são características do corpo e da alma as quais compõem a evolução física e espiritual de uma pessoa.

 Considerando-se que sem o amparo da filosofia, não há como amarrar conceitos tão amplos sobre o que é virtude, busco apoio em Aristóteles, o qual diz que a virtude é composta por hábitos que propiciam a excelência humana, são as práticas dos propósitos de vida que qualificam o carácter do nosso corpo e de nossa alma. É o conjunto de praxe que nos diferencia de outros seres vivos. 

Quando penso na minha concepção de virtude, volto à infância e lá vasculho minhas memórias. Descubro que essa palavra começou a fazer parte da minha existência quando ouvia os mais experientes falarem: “Fulano ou fulana de tal tem muitas virtudes”. Conhecedora da pessoa mencionada, imediatamente, eu a compreendia como honesta, caridosa, paciente, trabalhadora, respeitosa… E eu ficava, completamente, feliz no meu mundo de criança. Eu sabia, no meu íntimo, que aquela pessoa era admirável e que era bom tê-la no meu caminho. 

Mas, ao trazer a palavra virtude para os dias atuais, causa-me um certo incômodo, uma vez que não tenho visto seu uso na vida diária das pessoas. Parece-me que seu significado não está circulando no nosso vocabulário habitual. Será que estamos perdendo a capacidade de discernir entre o bem e o mal? De observar o outro e perceber qualidades e defeitos? Noto que a palavra virtude parece dormir no dicionário. Será que saber reconhecer no outro uma virtude ficou difícil ou perdemos o hábito de elogiar e admitir que no outro há qualidades que nos faltam? Saber ver seu próximo como virtuoso também é uma virtude e é essa capacidade que nos faz corpo e alma.

FÁTIMA STUANI

Deus me concedeu a graça de passear por esse mundo no ano de 1957. Nasci na primavera e, certamente, meu primeiro olhar para a natureza foi recheado de flores.

Aos sete anos, já estava encantada pelo que era real, mas depois das primeiras letras, o mundo imaginário e os livros me fizeram ver além dos olhos. Sai do meu pequeno espaço, viajei pelos continentes, conheci personagens e histórias que me ajudaram a escolher o caminho que eu queria percorrer.

 Para justificar meu gosto pelas palavras não tive dúvida e me graduei em Letras. Essa formação me transformou em educadora que procura, em seus alunos, multiplicar o prazer pelo conhecimento. Entrei para a escola e dela nunca mais sai porque é nesse lugar que me sinto viva e pronta para transpor meus limites.

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